O cafajeste.

Houaiss - Acepções■ substantivo masculino Uso: pejorativo. 3 indivíduo sem nobreza de sentimentos, com má-formação de caráter, em quem não se pode confiar; canalha, velhaco . 6 infame, vil, canalha

Ele não se achava um. Pensou muito nas suas atitudes de antes e nas de agora, não seria possível que as pessoas achassem isso dele. Mas ela dizia que sim, afirmava com veemência, a fiscal da moral e guardiã dos corações teimava em dizer que sim.

Depois de muito refletir, desistiu de vencer a luta vã, seria ele o que ela queria, um legítimo cafajeste, aos olhos dela e de quem mais quisesse, um cafajeste. A vida continuaria, agora com mais esse título, afinal títulos são importantes.

O parecer de Casagrande

Início do Paulistão 2007, bola rolando para Santos e Grêmio Barueri, e, por volta dos 15 do primeiro tempo, de repente não mais que de repente o comentarista esportivo Casagrande, vulgo Casão, solta uma de suas pérolas, a qual prefiro chamar de "parecer". Isso porque o mesmo falou sobre o porque do Brasil não poder sediar uma Copa do Mundo. Por ser um país de corruptos onde crateras abrem no chão repentinamente, onde pessoas morrem de fome e são sequestradas diariamente, onde tem assalto, ônibus queimado, ou seja o diabo elevado a quarta potência. Casão sem ser ao menos perguntado disparou de lá, eu, abismado com as declarações, disparei de cá: Oxeeeee! Casagrande tá doidão!

Sinceramente, não consigo entender esse grupo de pessoas contrárias ao país sediar uma Copa do Mundo ou o Panamericano, afinal temos riquezas para isso. Mesmo que não fosse e morasse em Burkina Faso não me levantaria contra isso. E se não somos um país de primeiro mundo, a África do Sul, próximo país a sediar a Copa, também não é, e muito menos a Costa Rica, uma ilhazinha que já sediou o PAN. Na verdade, se o Brasil for sediar a Copa, essa será a de 2014. Estamos no ano de 2007, existem 7 anos pela frente para que as coisas mudem, inclusive o fato de futuramente o nosso país sediar uma Copa do Mundo ajudará muito para que isso aconteça. 7 anos são quase dois mandatos presidenciais. JK prometeu 50 anos em 5, imaginem em 7, 70 anos de desenvolvimento.

Casão é um doido querendo aparecer dando o seu "parecer" achando que chocou alguém com seu pensamento tão clichê. Chocou não, apenas se ridicularizou. Nada melhor que as palavras de Reginaldo Hollyfield, ídolo do boxe baiano, para traduzir o sentimento reinante: " Que Deus tenha piedade dessas palavras suas."

Inversão de valores

Tinha achado-a mesmo uma gracinha, o que o fez chegar em casa, no dia em que a conheceu, especialmente feliz. Já pensava em, talvez, levar adiante.
No quarto, uma pesquisa rápida o demoveu da idéia. Das 12 fotos do Orkut, não mais que 3 eram bonitas. Ela era melhor ao vivo.

Coisa feia

Todo mundo tem seu Hitler interior. Conceitos estabelecidos sem grande necessidade de comprovação racional. É inevitável e faz bem, contanto que bem escolhido. Mas este texto não é sobre a importância dos preconceitos.
Eu não gosto de índio.
Ou, ao menos, dos indíos brasileiros.
Tenho forte admiração pelos maias e incas. Enquanto estes povos, habitando ambientes muito mais inóspitos (e talvez por isso) construíram ricos impérios e alcançaram algumas conquistas científicas, o máximo produzido por nossos antepassados foram os infames sambaquis, amontoados de detritos marinhos à beira da praia. E ao passo em que os vizinhos ao Norte lutavam bravamente contra os invasores, a partir do momento em que foram agredidos, por essas bandas trocava-se pau-brasil por miçangas.
Macchu Pichu sozinha vale mais que todo o Brasil pré-colombiano.
Apesar da feiúra desse meu preconceito, gosto dele, porque é completamente inofensivo. Não existem mais índios no Brasil, a não ser uma meia dúzia de tribos isoladas que permanecem livres do perigoso contato do homem branco (aparentemente o contato com negros não prejudica os aborígenes). Ainda assim, boas quantidades de terra continuam em mãos de grupos de pessoas que, celulares nas mãos, Havaianas nos pés e cocares na cabeça, não têm muito mais de índio do que eu, por exemplo, que nem de índio gosto.

A Júlia, pela inspiração.

"Esses cara"

- Colé papa!
- Diga ai negão!
- Rapá, que porra foi aquela?
- Sei lá, só sei que não tô comendo nada.
- É, é foda mesmo. Mas, e as negas?
- Tão rolando né papito, vou dá mole é!
- Oxeeee, num é o que!
- Véi, tenho que botar vuado.
- Então pronto, vá lá véi!

Já a certa distância grita Osmarzinho:

- Ói, tu tá bodinho hein sacana!

- haaaa!

Parceria

Certa feita o poeta falou que a vida era a arte dos encontros, embora houvesse tantos desencontros. Sem acreditar no destino e confiante no absurdo do acaso, somos postos a encontrar e desencontrar com as mais diversas pessoas. E é justamente nesse ponto que o casual encontro ou desencontro vira arte, quando fazemos disso um grande acaso. Ao adentrar o terceiro ano do ecceblog, venho falar de um grande acaso, da amizade com meu amigo e companheiro de blog, Dudú. Eduardo é pragmático, objetivo e não complica o que já é por demais complicado. Amigo de todas as horas, do ecce e da vida, que não se furta em ser original e grandioso em sua simplicidade de existir. Hoje eu venho falar dos dias que Eduardo passou comigo nos recantos ilheenses. Venho falar de parcerias que se constroem com o tempo e sem validade. A parceria entre eu e Dudú.