ecce blog

Odiamos blogs. Quer dizer, odiamos o uso idiota que as pessoas fazem dos blogs. Também odiamos o uso idiota que as pessoas fazem dos fotologs. Quer dizer, odiamos fotologs. Mas adoramos rir deles! O "ecce blog" foi criado como uma forma de dar vazão a nossos impulsos criativos. Não há tema fixo. Há, sim, um tema a se evitar fixo. Não faremos disso um diário virtual. Sim, besteira é permitida. Falar mal dos outros também. Vamos ver até onde vai...

quinta-feira, junho 29, 2006

O real sentido

Estava cansado de trabalhar. Tantas contas, preocupações e aborrecimentos. Já não mais se encontrava em si mesmo.
Resolveu.
Deixou sua empresa e relatou aos seus subordinados e família que subiria a montanha mais alta e de lá só sairia, quando entendesse o real sentido da vida.
Depois de duas semanas, todos já estavam apreensivos pela sua chegada.
Barbudo e mal cheiroso despontou na esquina, quando todos correram para recebê-lo.
- E então? - Encontrou o real sentido?
- Porra nenhuma! Amanhã quero todo mundo cedo trabalhando. As coisas vão mudar.

A Copa do Mundo em minhas mãos

Como filho de um grande jogador de bola, cresci assistindo a arte da pelota ao lado do meu velho. Entre suas histórias de grande jogador que era, embora violento, e seus comentários percucientes sobre futebol, formei-me um craque da bola nas quadras ilheenses e um excelente entendendor dessa tão apaixonante atividade.
Com o respaldo de ter jogado na ala esquerda do fulminante time do Júbilo na década de 90 e formado o antológico quinteto fantástico: André, Gildo, Nelito e Tiago Abreu, tenho o aval para falar de Copa do Mundo sem maiores problemas.
Brasil versus França, sem sombra de dúvidas entrará para a história dos jogos da Copa do Mundo. Para quem não lembra, e acho difícil algum brasileiro não lembrar, há exatamente 8 anos, perdemos a final da Copa para a França. Naquela partida, Zinedine Zidane acabou com o jogo, e para nosso azar, o caquético do Zagallo escalou Ronaldo, que embora fosse nossa maior esperança de gol, acabara de ter um crise convulsiva.
A história agora é outra. Não vamos perder e disso eu tenho certeza. O povo brasileiro não admitirá outra derrota. Queremos vingança.
Todo nosso problema reside em Dom quixote e Sancho Pança, pois parece que Parreira vive sua luta imaginária, querendo provar a si mesmo, que aquele time, o qual ele insiste em pôr em campo é o titular.
Ademais, assim como o glorioso Júbilo, a seleção triunfará. E não só a França, mas a Copa. Sem medo de errar, anotem o que digo: dia 09/07/2006: Brasil 3 X 2 Argentina, dois gols de Ronaldo.

quarta-feira, junho 28, 2006

A Metamorfose

- E se um dia eu acordasse deformada? Ou se eu sofresse um acidente e perdesse um braço? Você ainda ia me querer?
- É claro, meu amor. Eu te amo por tudo o que você é, não pela sua beleza.
Era tudo o que precisava escutar. A decisão de sua vida fora tomada.
Uma semana depois, o noivado era rompido.

sexta-feira, junho 09, 2006

Mais coisas estão em jogo


Alea jacta est. A Copa começa hoje e o bolão já está pronto. Cento e sessenta e cinco reais como prêmio. Claro! Não apostei em zebra, fiz como um legítimo apostador que não quer dá chance ao azar, marquei nas grandes seleções goleando as pequenas. Que se dane a Costa Rica, Gana, Togo e a Arábia Saudita, eu quero é ficar, ao final da Copa, R$ 165, 00 mais rico.
E para aqueles que gostam de uma “zagalice”(uma das coisas mais estúpidas que já ouvi). “Cento e sessenta e cinco” tem 20 letras. Menos 7 carneirinhos =13. Pronto.

domingo, junho 04, 2006

Breves palavras sobre a seleção brasileira

Antes de mais nada, que fique bem claro que eu não gosto da seleção brasileira. Torço contra sempre que o jogo não é contra a Argentina. Para mim, a aura de invencibilidade que se cria Copa após Copa em torno deste time contradiz o próprio espírito de impresivibilidade que torna o futebol a coisa mais importante da vida. A cada grito de "esse é o futebol brasileiro", a cada risada do Ronaldinho Gaúcho depois de um chute pra fora, a cada exaltação do há muito finado futebol de Ronaldo, a cada comentário desdenhoso sobre outros estilos de jogo, cresce minha antipatia. Me indigna a aclamação da "hegemonia brasileira em Copas", tendo em vista que outras duas seleções têm apenas dois títulos a menos. Ainda não li Gramsci, mas tenho a impressão de que ele discordaria da tese.
Posto o fato de que não sou o torcedor brasileiro típico, gostaria de tecer alguns comentários sobre esta Copa especificamente.
Não há dúvidas de que a seleção brasileira é a que tem a maior quantidade de craques entre todas as que disputarão a competição. É, sim, a favorita ao título. É, sim, um dos melhores times brasileiros já montados. No entanto, há alguns motivos para preocupação.
O maior deles diz respeito ao momento de boa parte dos principais jogadores.
Dida, grande goleiro, sem dúvidas, não atravessa bom momento no Milan.
Adriano, que poderia ser o nome da Copa, passa por inferno astral. Há um bom tempo não joga bem na Inter e tem feito pouquíssimos gols ultimamente.
Ronaldo joga três meses sim, três meses não. Quando joga, faz um ou outro gol, que repercutem mais na imprensa que o furacão Katrina. Entretanto, é um jogador que costuma crescer muito com a camisa amarela.
Cafu volta de contusão séria. Roberto Carlos já deveria ter se aposentado. É bom não contar com a dupla de laterais pra nada.
Por outro lado, Ronaldinho Gaucho vem encantando, merecidamente, multidões ao redor do globo. Infelizmente, no entanto, nunca jogou muita bola na seleção, até porque não atua exatamente na mesma posição que no Barcelona.
O mesmo acontece com Emerson, reduzido, no time de Parreira, a mero volante fazedor de faltas.
Conclusão: o cara é Kaká. Craque no Milan e na seleção e sempre regular, ele é o jogador que deverá comandar o time. E, tem, sim cacife para isso.
Outro ponto negativo, ao contrário, na minha opinião, do que se pensa, é a suposta alegria com que o time joga. Ronaldinho Gaucho, Roberto Carlos, Adriano, Robinho e Cafu jogam rindo o tempo inteiro. Até Parreira estava sorridente no amistoso contra a Nova Zelândia. Se eu fosse o Lúcio, já tinha dado um sopapo na orelha de cada um. Futebol é coisa séria e, se o Brasil não levar essa Copa, isso será cobrado deles. Vi hoje o jogo da Holanda contra a Austrália e achei que em algum momento os corpos diplomáticos dos dois países interviriam pedindo a paralisação da partida, de tão disputadas estavam as jogadas.
A defesa também não é de confiança. Juan é um bom zagueiro e nada mais. Lúcio é muito bom zagueiro, mas tem uma dúzia de parafusos a menos na cabeça. Dida não está na melhor fase de sua carreira. Claro que o ataque é melhor, em módulo, do que a defesa é ruim, mas uma falha contra uma Itália ou República Tcheca pode significar o fim do sonho do hexa já nas oitavas de final.
Esta seleção tem tanta chance de sagrar-se campeã como de se tornar o novo "mito de 82". Obviamente, já se criou a desculpa de que um novo título do Brasil não interessaria a ninguém e a sensação de que jogaremos contra tudo e contra todos. Isso não me espanta em nada, levando em consideração que estamos em um país em que se faz CPI para descobrir-se porque não marcaram o Zidane no lance do segundo gol da França. Não podemos perder pra ninguém. A Copa do Mundo é nossa. Com a arrogância brasileira, eu não posso.

10 Lembretes para a Copa do Mundo

1 - Não subestimem a Alemanha. Camisa e torcida ganham jogo, sim.
2 - Tenham medo da Inglaterra. Muito medo.
3 - Os argentinos estão mordidos e um argentino mordido vale por dois. Eu, particularmente, quero que eles se fodam.
4 - Esqueçam Portugal e Espanha.
5 - Lembrem-se de Itália e Holanda.
6 - Se Zidane (o maior jogador que acompanhei em vida) jogar bola, a França tem um time muito forte.
7 - Estados Unidos e Japão têm os melhores times de suas respectivas hitórias e são os principais candidatos a grandes zebras. O mais provável, no entanto, é que fiquem pela primeira fase mesmo.
8 - República Tcheca, Suécia e Ucrânia devem passar para a segunda fase e dar trabalho.
9 - Costa do Marfim pode tirar pontos dos favoritos no grupo da morte.
10 - Este é um campeonato de futebol, não de vôlei. E, para quem ainda não entendeu muito bem o espírito da coisa, em futebol o melhor perde com muita frequência.