ecce blog

Odiamos blogs. Quer dizer, odiamos o uso idiota que as pessoas fazem dos blogs. Também odiamos o uso idiota que as pessoas fazem dos fotologs. Quer dizer, odiamos fotologs. Mas adoramos rir deles! O "ecce blog" foi criado como uma forma de dar vazão a nossos impulsos criativos. Não há tema fixo. Há, sim, um tema a se evitar fixo. Não faremos disso um diário virtual. Sim, besteira é permitida. Falar mal dos outros também. Vamos ver até onde vai...

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Ventilador

Era mais que um ritual, era seu ritual. Prometia a todo mulher que fosse com ele para cama, faria o ventilador.
A expectativa tomava conta das mais safadinhas, que embora vergonhosas, folheavam o Kama Sutra nos cantos da Siciliano, povoava a libido daquelas que tinham o sexo como a casa das experimentações e o sexo tântrico já fazia parte do passado.
Era sempre assim, adentravam seu lar, um quarto sala, metodicamente arrumado. Com algumas, tinha que conversar, beber, comer. Com outras, as melhores, pouca conversa, quando, quase sempre, nenhuma. E assim se dava, roupas no chão, apreensividade pelo ventilador, e, eis que magistralmente, ele se afasta da dama e começa a pular de modo que seu falo gire como um ventilador. Estava feito. Quem poderia julgá-lo? Necessitava disso, era o seu ritual de acasalamento, sentia mais e melhor. Algumas gostavam e achavam excitante, outras, fingiam.

sábado, fevereiro 24, 2007

Origamis.

Um presente singelo ao amigo de infância.
Cinco origamis em uma corda de nylon com duas pedras de decoração. Pendurou na janela do seu quarto, acima de sua cabeça e bem embaixo de sua cama. À noite, os origamis transformavam-se em companheiros de sua insônia. Transmutavam-se em personagens de maluquices inventadas enquanto o sono chegava. Dragões, águias, pássaros, origamis, seus companheiros do escuro.
Um presente singelo ao amigo de infância, a amiga de infância que existe no balançar descompassado dos origamis noturnos.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Senhor do Destino

Passava por problemas financeiros e há muito sua vida familiar era um inferno.
Resolveu consultar-se com uma cartomante.
- O que eu vejo no seu futuro, meu filho, é uma imensa mancha negra.
- Como é, sua cachorra? - falou calmamente, apontando-lhe o revólver que havia levado por precaução.
- Veja bem, meu filho. Eu creio que as coisas podem começar a melhorar a partir de amanhã. Inclusive vejo grandes chances de você ganhar na Loteria nos próximos meses.
Deixou o recinto e ganhou as ruas, certo de dias melhores.