Sobre nós mesmos
Não lembro bem o ano,
apenas tenho certeza que não foi em 2006, ano em que o “Tigrão”,
apelido do time de futebol da minha querida Ilhéus – Colo Colo,
sagrou-se campeão baiano. Mas, voltando, lembro que foi um daqueles
anos normais do Tigre, em que sobrevivíamos para ficar na primeira
divisão do Baiano. Lá estava eu na Geral do Mário Pessoa, apinhada
dos seus 100/150 torcedores assistindo o Colo Colo ganhar do Atlético
de Alagoinhas, até então. Eu só ouvia gritos de apoio, de orgulho
de ser ilheense, de que ali era a jaula do Tigre e nenhum visitante
“sacana” mandaria em nosso território. O fato é o que desfecho
da partida não terminou bem, o que acontecia com uma certa
frequência, tomamos a virada e o que era orgulho virou gozação,
sacanagem ou o velho “- Eu já sabia. Só vim aqui mesmo por vir.”
,“Bota Tourinho1.”
Sou adepto da daquela
ideia que micro relações representam bem as macro relações. Sim,
eu estou falando da nossa Seleção. Ela e o Colo Colo representam
bem, como nós brasileiros, nos comportamos em relação às coisas.
Uma Seleção, um time, um técnico, um título, um ídolo, uma
cidade, um país nos orgulha, nos representa apenas em seu auge, na sua vitória, jamais na sua decadência ou derrota.
Nossos símbolos apenas
nos servem quando estão ganhando, vibrando, quando são elogiadas pela "imprensa mundial", quando podemos dizer que temos aquela ou essa
identidade sem medo de sofrer uma crítica que venha de qualquer
lado.
Ninguém sabe perder, mas
uns sabem menos que outros. Nós não sabemos nada nessa matéria. Em
qualquer país do mundo, nossa Seleção seria amada e festejada na
vitória ou derrota. Aqui precisamos pedir que torçam, criar clima
para a torcida apoiar, ganhar, ganhar e sempre ganhar para que não
gerem dúvidas aos que vão ao estádio de que não se decepcionarão.
Não é essa a tônica do Esporte. Mais do que em qualquer outro
campo, este nos ensina que lutar e representar alguém ou alguma
coisa é mais importante que vencer.
Óbvio que sempre
queremos ganhar e que haverá críticas na derrota. Não falo disso,
de não haver críticas, nem de paixão cega. Mas daquele sentimento
de abandono que nós torcedores brasileiros temos depois de cada
frustração, de que a Seleção terá que nos conquistar novamente.
Brasil decime que se siente?
1 Lendário
jogador do Tigre.
1 Comentários:
Diga meu velho! Como vai esse embalo mineiro? Poxa, porque vc não entra no facebook pra gente manter contato? Grande abraço... Estevao (estevaof@ig.com.br)
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