“Riquezas são diferenças”: Alerta ao amigo estrangeiro.
Machado de Assis tocou na ferida quando escreveu em seu livro “Teoria do Medalhão”: “Idéias. Melhor não tê-las.”. Nele, o escritor conta a história de um pai que apresenta ao filho, que acabara de completar vinte e um anos, a fórmula de se ter sucesso no decurso da vida. De forma irônica Machado demonstra que as idéias diferentes são nocivas ao convívio em sociedade, por isso o pai do jovem rapaz o aconselha o ser o típico homem médio e diz : “(...) Proíbo-te que chegues a outras conclusões que não sejam as já achadas por outros. (...) Foge a tudo que possa cheirar a reflexão, originalidade...”
Machado estava certo. A sociedade repudia a opinião alheia muito divergente de forma veemente. Não sabemos conviver com o diferente e quando nos é apresentada outro prisma entramos num processo de rejeição que culmina o afastamento daquele ou aquilo que sucista uma visão diversa da normalidade. Então seria o lulante, em relação as idéias, não as termos, como muitíssimo bem salienta o escritor: “ (...) deves pôr todo o cuidado nas idéias que houveres de nutrir para uso alheio.”
Assis, sem sombra de dúvida, criticava tal comportamento em seu pequeno livro.
O argumento das idéias semelhantes é uma das maiores balelas que já tive contato. Precisamos do diferente, da divergência, do conflito, da construção diária de uma sociedade que saiba conviver com o oposto sem repudiá-lo. Vivemos num mundo de caos e necessitamos disso, é da situação caótica que surge o novo, o autêntico.
Devemos partir de uma fase de desconfiança, para uma posterior e infinita averiguação das assertivas que nos permeiam. Sermos menos reverenciosos as outras pessoas, a nossa família, ao padre, ao papa, pastor, amigos, chefe, professor, estrangeiros, governo. Ter coragem de ser autêntico sem medo de desagradar o alheio.
Não gosto das pessoas que estão ao meu redor e que concordam com tudo que digo, aliás, dessas, eu quero distância. Não tenho pretensões de ser um medalhão.
Fico com a frase de Vinicius de Moraes:
Machado estava certo. A sociedade repudia a opinião alheia muito divergente de forma veemente. Não sabemos conviver com o diferente e quando nos é apresentada outro prisma entramos num processo de rejeição que culmina o afastamento daquele ou aquilo que sucista uma visão diversa da normalidade. Então seria o lulante, em relação as idéias, não as termos, como muitíssimo bem salienta o escritor: “ (...) deves pôr todo o cuidado nas idéias que houveres de nutrir para uso alheio.”
Assis, sem sombra de dúvida, criticava tal comportamento em seu pequeno livro.
O argumento das idéias semelhantes é uma das maiores balelas que já tive contato. Precisamos do diferente, da divergência, do conflito, da construção diária de uma sociedade que saiba conviver com o oposto sem repudiá-lo. Vivemos num mundo de caos e necessitamos disso, é da situação caótica que surge o novo, o autêntico.
Devemos partir de uma fase de desconfiança, para uma posterior e infinita averiguação das assertivas que nos permeiam. Sermos menos reverenciosos as outras pessoas, a nossa família, ao padre, ao papa, pastor, amigos, chefe, professor, estrangeiros, governo. Ter coragem de ser autêntico sem medo de desagradar o alheio.
Não gosto das pessoas que estão ao meu redor e que concordam com tudo que digo, aliás, dessas, eu quero distância. Não tenho pretensões de ser um medalhão.
Fico com a frase de Vinicius de Moraes:
"Quem já passou
Por esta vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá
Pra quem se deu."
12 Comentários:
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
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Muito bom! Palmas pra vc, Robão!
Não li o livro, mas, provavelmente, Machado diz essas coisas todas ironicamente.
Acho que a diversidade é algo que tem que ser, de todas as formas, respaldado pelas sociedades. No entanto, gosto tão pouco do óbvio quanto das tentativas desesperadas de ser diferente. Aquele que tenta de qualquer jeito ir de encontro a todas as coisas está tão preocupado com a opinião dos outros quanto o que segue fielmente todas as convenções.
Nélson Rodrigues disse que todas unanimidade é burra. Discordo. Acho que toda unanimidade é chata. E chatice, pra mim, é o pior dos pecados.
A unanimidade demosntra sincronia de ideias, nao quer dizer que seja chata.
Dudu concordou com Robson. Eh portador de ideias semelhantes, mesmo assim nao perdeu sua individualidade.
Nao achei chato.
Não, eu não disse que o texto tava chato...
Eu disse que unanimidades são chatas. Ou entendi errado seu comentário, Rodrigo?
O texto nao esta chato nao.
Quiz dizer que voce concordando com as ideias de Robson, nao necessariamente faz desse fato uma chatice, assim como acontecem nas unanimidades. A meu modo de ver, nao sao chatas. Apenas demosntram sincronia de ideias.
E porque precisamos da sicronia de idéias?
Com ela grandes projetos sao realizados em grupo. Nao creio que uma parceria possa ocorrer sem pensamentos, ambicoes semelhantes.
Certas ideias diferentes se completam, ideias opostas batem de frente e se afastam.
Se voce quer fazer revolucao sozinho nao precisa de sincronia, se quer fazer revoluvao grupal, tem de haver seres humanos que pensem como voce.
Rodrigo, por mais que a sincronia de idéias faça parte da formação de um grupo, com certeza esse grupo só vai adiante por estarem ali pessoas que de alguma forma pensam e agem diferente e dão a sua contribuição.
Ressalvando que, uma sincronia em um grupo é interessante, mas daí a uma sincronia universal, vira uma monotonia insuportável e humanamente impossível...
Vanessa
"O argumento das idéias semelhantes é uma das maiores balelas que já tive contato."
Nao concordo.
Exemplo: digamos que eu e Robson somos socios. Abrimos uma compania de pastel e coca que cresce assustadoramente apesar de nossos humildes produtos. Eu tenho a ideia de montar uma filial nos EUA, e pelo que sabemos Robson nao gosta muito dos americanos. Como resolveriamos essa situacao ja que existe esse conflito? A minha ideia seria repudiada. Seria mais uma balela que eu traria a seu contato.
Nao estou falando de sincronia universal onde todos pensam igual e concordam com tudo. Mas havemos de compartilhar certos ideais para que algo de certo.
Americanos somos todos nós, eu e você moramos na América e eu gosto de você. Entretanto não moro na maior potência do mundo, ao contrário, sou alvo dela por viver num país subdesenvolvido que tem sua economia atrelada ao capital estrangeiro. Nada contra Norte- Americanos, mas´, com certeza, esse não é um dos povos do mundo que admiro.
Em relação a companhia de Pastel e Coca? Adorei a idéia. Até poderíamos levar a frente.
Resolvamos o outro assunto antes.
Na hipótese em questão, nosso negócio cresce assustadoramente, e Rodrigo tem a idéia de abrir uma filial nos EUA, e como todos sabem não gosto dos americanos. E daí? Mesmo não simpatizando com eles, se a filial tivesse futuro e fosse um bom negócio, não iria me opor a empreitada por causa desse repúdio.
Moral da história: Não é preciso ter idéias semelhantes, basta ter bom senso e discernimento para conviver com a idéia alheia divergente, embora consistente e plausível. Concluindo: "O argumento das idéias semelhantes é uma das maiores balelas que já tive contato."
Um abraço do seu camarada
Entendendo a importancia das diferencas de pontos de vista, nao posso negar que sejam de extrema importancia para a divercidade fisica, psiquica, moral e intelectual na nossa sociedade. Mas nao posso descartar totalmente a necessidade de haver sintonia nela tambem de pessoas que suportem outras e com isso consigam atingir uma causa, um objetivo. Na uniao, no voto, na formacao de revoltas, protestos, celebracoes, construcoes, etc...
Voltando ao assunto, acho que o nosso negocio nao iria crescer assustadoramente por causa do rombo que eu ia dar na coca, e o baque que voce ia dar nos pasteu.
Abraco do broder Rodrigo
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