Carta à África
Nobres africanos,
Venho por meio desta desautorizar as palavras do meu sábio governante relativas à minha pessoa. O nobre senhor, ao falar em nome da nação, cometeu o pequeno deslize de esquecer de nos consultar a respeito.
Como não era nascido nos idos de 1500, creio não ter contribuído muito para o processo da escravização de seus descendentes. Além disso, tendo em vista que vocês mesmos capturavam seus semelhantes para vendê-los aos europeus, quero acreditar que a prática era, de certa forma, parte de sua cultura também.
Gostaria de deixar claro que vocês não precisam dar-se o trabalho de me desculpar por nada. Entendo perfeitamente que seu tempo é inteiramente gasto em guerras tribais e tráfico de diamantes, de forma que qualquer ajuda neste sentido já deve ser um alívio. E, afinal de contas, são mais de 160 milhões para perdoar.
Certo de sua compreensão,
Eduardo Gustini Simões, integrante do povo brasileiro
Venho por meio desta desautorizar as palavras do meu sábio governante relativas à minha pessoa. O nobre senhor, ao falar em nome da nação, cometeu o pequeno deslize de esquecer de nos consultar a respeito.
Como não era nascido nos idos de 1500, creio não ter contribuído muito para o processo da escravização de seus descendentes. Além disso, tendo em vista que vocês mesmos capturavam seus semelhantes para vendê-los aos europeus, quero acreditar que a prática era, de certa forma, parte de sua cultura também.
Gostaria de deixar claro que vocês não precisam dar-se o trabalho de me desculpar por nada. Entendo perfeitamente que seu tempo é inteiramente gasto em guerras tribais e tráfico de diamantes, de forma que qualquer ajuda neste sentido já deve ser um alívio. E, afinal de contas, são mais de 160 milhões para perdoar.
Certo de sua compreensão,
Eduardo Gustini Simões, integrante do povo brasileiro
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