Crítica: "Sobre Café e Cigarros"
Série de curtas de Jim Jasmusch. A uní-los, uma mesa, conversas ordinárias, celebridades, café e cigarros. E a fotografia em preto-e-branco.
Não há ligação entre as histórias, além do tema. Na verdade, não é exatamente um tema, mas muito mais uma ambientação. Entre um gole, uma tragada e outro gole, trivialidades como uma aparelhagem de Física contruída por Jack White (do White Stripes, uma das melhores bandas do mundo hoje), uma consulta ao dentista de Roberto Benigni e a falta de assunto e sintonia entre Tom Waits e Iggy Pop.
Os curtas variam muito em interesse. O último, dois velhinhos num intervalo do trabalho, por exemplo, é bem fraco. Assim como o de Jack e Meg White. Este ainda tem como agravante mostrar de perto a baterista, quebrando o encanto que me fazia achá-la linda.
Há também os razoáveis ou indiferentes, como o inicial, com Roberto Benigni, totalmente insano, lembrando muito o chá entre o Chapeleiro e a Lebre Maluca em "Alice no País das Maravilhas". Ou o encontro bastante desconfortável e surreal entre Tom Waits e Iggy Pop, aparentemente sem nenhum porquê.
Mas há também alguns filminhos muito bons. Um dos melhores é o protagonizado por Cate Blanchett, interpretando tanto ela mesma quanto uma prima não famosa, num hall de hotel. A australiana dá um show em ambos os papéis e está absurdamente linda como ela própria. Outro excelente é o encontro entre Alfred Molina e Steve Coogan. O primeiro quer informar ao segundo que encontrou ligações genealógicas entre os dois. Coogan sente-se absolutamente entediado até que se dá conta das ligações de Molina em Hollywood. Hilário e genial.
A câmera é sempre destaque. Filmes em preto-e-branco são raridade nestes dias de cinema digital. E a fotografia, aqui, é linda. As tomadas de cima, mostrando a (des) arrumação das mesas são sempre maravilhosas.
O elenco ultra-estelar é outro óbvio ponto de realce. Não é todo dia que se vê tantos (mas tantos mesmo!) astros do cinema e da música juntos fora da premiação do Oscar.
Para mim, no final, o resultado é positivo, mas por pouco. "Sobre Café e Cigarros" é um filme despretensioso até demais, beirando o displicente. Um clima que combina perfeitamente com o mote, no final das contas. Mas que pode, e deve, irritar a grande maioria do público.
Filme visto no Usina, Belo Horizonte, a 02 de Abril de 2005Não há ligação entre as histórias, além do tema. Na verdade, não é exatamente um tema, mas muito mais uma ambientação. Entre um gole, uma tragada e outro gole, trivialidades como uma aparelhagem de Física contruída por Jack White (do White Stripes, uma das melhores bandas do mundo hoje), uma consulta ao dentista de Roberto Benigni e a falta de assunto e sintonia entre Tom Waits e Iggy Pop.
Os curtas variam muito em interesse. O último, dois velhinhos num intervalo do trabalho, por exemplo, é bem fraco. Assim como o de Jack e Meg White. Este ainda tem como agravante mostrar de perto a baterista, quebrando o encanto que me fazia achá-la linda.
Há também os razoáveis ou indiferentes, como o inicial, com Roberto Benigni, totalmente insano, lembrando muito o chá entre o Chapeleiro e a Lebre Maluca em "Alice no País das Maravilhas". Ou o encontro bastante desconfortável e surreal entre Tom Waits e Iggy Pop, aparentemente sem nenhum porquê.
Mas há também alguns filminhos muito bons. Um dos melhores é o protagonizado por Cate Blanchett, interpretando tanto ela mesma quanto uma prima não famosa, num hall de hotel. A australiana dá um show em ambos os papéis e está absurdamente linda como ela própria. Outro excelente é o encontro entre Alfred Molina e Steve Coogan. O primeiro quer informar ao segundo que encontrou ligações genealógicas entre os dois. Coogan sente-se absolutamente entediado até que se dá conta das ligações de Molina em Hollywood. Hilário e genial.
A câmera é sempre destaque. Filmes em preto-e-branco são raridade nestes dias de cinema digital. E a fotografia, aqui, é linda. As tomadas de cima, mostrando a (des) arrumação das mesas são sempre maravilhosas.
O elenco ultra-estelar é outro óbvio ponto de realce. Não é todo dia que se vê tantos (mas tantos mesmo!) astros do cinema e da música juntos fora da premiação do Oscar.
Para mim, no final, o resultado é positivo, mas por pouco. "Sobre Café e Cigarros" é um filme despretensioso até demais, beirando o displicente. Um clima que combina perfeitamente com o mote, no final das contas. Mas que pode, e deve, irritar a grande maioria do público.
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