Crítica: "Eu Não Tenho Medo"
Ao brincar com seus amigos num lugar afastado do vilarejo italiano em que vive, Michele encontra, no fundo de um buraco enlameado coberto por um pedaço de telha, o que parece ser um cadáver. Com a curiosidade típica das crianças, o garoto retorna no dia seguinte ao local do achado, descobrindo então, que sua descoberta não era bem o que pensava. O estranho habitante subterrâneo está vivo e fala sua língua.
O que parecia, a princípio, ser uma história de fantasia, revela-se, rapidamente, algo totalmente real. Michele descobe que, na verdade, a criatura que acabou de conhecer é um menino como ele e que o buraco é o cativeiro em que é mantido por seus sequestradores. E estes são, ninguém mais, ninguém menos, que seus pais.
Esse abandono do que poderia ser um conto encantado em direção a uma trama calcada em acontecimentos plausíveis marca este "Eu Não Tenho Medo". E o experiente diretor Gabriele Salvatores faz sempre questão de manter um certo clima de dualidade sonho/realidade. A câmera quase que alada na cena em que Michele retorna do seu primeiro encontro com Filippo (esse é o nome do outro garoto) é um dos mais fortes símbolos disto. Um recurso diferente e interessante, embora tenha me deixado tonto.
Um outro ponto forte do filme, e que, para mim, reforça a sensação de ilusão que o filme passa, é a irmã de Michele, Barbara. A menina, sem maiores funções na trama, parece estar ali apenas para acrescentar-lhe mais um elemento surreal. Suas participações são sempre um tanto quanto etéreas, meio apavorantes. Talvez tenha sido só aos meus olhos, mas achei este personagem digno de qualquer filme de terror do tipo "O Iluminado".
Outro destaque que salta aos olhos são as belíssimas locações. Os campos de trigo sobre os quais passam-se muitas das cenas entre as crianças são paisagens realmente maravilhosas. O buraco em que vive Filippo também é contruído de forma impressionante. Extremamente claustrofóbico e assustador, é onde ocorrem as melhores cenas do filme, quando ainda não se sabe exatamente quem é aquele ser e porque está ali. Algumas cenas são realmente impactantes ("Estou morto, estou morto", grita Filippo em certo momento).
O uso extremamente batido da amizade que surge entre os dois meninos não chega a ser irritante neste filme. Talvez por serem os dois personagens bem construídos e de fácil assilimilação pelo público.
No final das contas, "Eu Não Tenho Medo" me parece abstrair-se de maiores intenções morais. O que se quer, aqui, é contar uma história, bastante interessante, por sinal. Objetivo, assim, plenamento atingido.
O que parecia, a princípio, ser uma história de fantasia, revela-se, rapidamente, algo totalmente real. Michele descobe que, na verdade, a criatura que acabou de conhecer é um menino como ele e que o buraco é o cativeiro em que é mantido por seus sequestradores. E estes são, ninguém mais, ninguém menos, que seus pais.
Esse abandono do que poderia ser um conto encantado em direção a uma trama calcada em acontecimentos plausíveis marca este "Eu Não Tenho Medo". E o experiente diretor Gabriele Salvatores faz sempre questão de manter um certo clima de dualidade sonho/realidade. A câmera quase que alada na cena em que Michele retorna do seu primeiro encontro com Filippo (esse é o nome do outro garoto) é um dos mais fortes símbolos disto. Um recurso diferente e interessante, embora tenha me deixado tonto.
Um outro ponto forte do filme, e que, para mim, reforça a sensação de ilusão que o filme passa, é a irmã de Michele, Barbara. A menina, sem maiores funções na trama, parece estar ali apenas para acrescentar-lhe mais um elemento surreal. Suas participações são sempre um tanto quanto etéreas, meio apavorantes. Talvez tenha sido só aos meus olhos, mas achei este personagem digno de qualquer filme de terror do tipo "O Iluminado".
Outro destaque que salta aos olhos são as belíssimas locações. Os campos de trigo sobre os quais passam-se muitas das cenas entre as crianças são paisagens realmente maravilhosas. O buraco em que vive Filippo também é contruído de forma impressionante. Extremamente claustrofóbico e assustador, é onde ocorrem as melhores cenas do filme, quando ainda não se sabe exatamente quem é aquele ser e porque está ali. Algumas cenas são realmente impactantes ("Estou morto, estou morto", grita Filippo em certo momento).
O uso extremamente batido da amizade que surge entre os dois meninos não chega a ser irritante neste filme. Talvez por serem os dois personagens bem construídos e de fácil assilimilação pelo público.
No final das contas, "Eu Não Tenho Medo" me parece abstrair-se de maiores intenções morais. O que se quer, aqui, é contar uma história, bastante interessante, por sinal. Objetivo, assim, plenamento atingido.
Filme visto no Usina, Belo Horizonte, a 24 de Fevereiro de 2005
1 Comentários:
Eu amei esse filme! Maravilhoso e mesmo não sendo um terror, o garotinho me deu medo.
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