Extra! Extra!
Seu coração acelerou quando o ônibus encostou. Era a primeira vez que iria fazer aquilo. Com certeza não seria a última, nem havia sentido que fosse. Aliás, esta provavelmente seria sua rotina por mais alguns bons dias.
Resignou-se. A vida era assim mesmo.
Entrou no ônibus. Falou ao ouvido do motorista. Obteve a autorização.
Parou em frente à roleta, sem rodá-la:
- Boa tarde para todos vocês!
Silêncio.
- Boa tarde, pessoal!
Algumas respostas murchas e de péssima vontade.
- Meu nome é Clarindo. Desculpe incomodar a viagem de todos vocês. Eu poderia estar pedindo... - lembrou-se que estava pedindo. Quer dizer, eu poderia estar roubando ou até mesmo matando, mas eu estou aqui honestamente pedindo a ajuda de todos vocês. Para mim é uma grande vergonha estar implorando pela ajuda de todos vocês, mas se estou fazendo isso é porque não tenho condições. Quero passear na Europa daqui a seis meses, mas só tenho metade do dinheiro. Para todos aqueles que puderem me ajudar com qualquer quantia ou até mesmo um vale transporte, que Deus abençoe. Para aqueles que não puderem, que Deus abençoe da mesma forma. Uma boa viagem para todos vocês.
Correu os olhos esperançosos pelas cadeiras. Nem um esboço de reação.
- Ninguém?
Ninguém.
Desceu no primeiro ponto, desolado.
Na semana seguinte os jornais noticiavam:
Resignou-se. A vida era assim mesmo.
Entrou no ônibus. Falou ao ouvido do motorista. Obteve a autorização.
Parou em frente à roleta, sem rodá-la:
- Boa tarde para todos vocês!
Silêncio.
- Boa tarde, pessoal!
Algumas respostas murchas e de péssima vontade.
- Meu nome é Clarindo. Desculpe incomodar a viagem de todos vocês. Eu poderia estar pedindo... - lembrou-se que estava pedindo. Quer dizer, eu poderia estar roubando ou até mesmo matando, mas eu estou aqui honestamente pedindo a ajuda de todos vocês. Para mim é uma grande vergonha estar implorando pela ajuda de todos vocês, mas se estou fazendo isso é porque não tenho condições. Quero passear na Europa daqui a seis meses, mas só tenho metade do dinheiro. Para todos aqueles que puderem me ajudar com qualquer quantia ou até mesmo um vale transporte, que Deus abençoe. Para aqueles que não puderem, que Deus abençoe da mesma forma. Uma boa viagem para todos vocês.
Correu os olhos esperançosos pelas cadeiras. Nem um esboço de reação.
- Ninguém?
Ninguém.
Desceu no primeiro ponto, desolado.
Na semana seguinte os jornais noticiavam:
"Agência bancária assaltada
Quantia de apenas R$2000 intriga a polícia"
Ninguém além de Clarindo jamais soube se ele teve algum envolvimento no caso.
Quantia de apenas R$2000 intriga a polícia"
Ninguém além de Clarindo jamais soube se ele teve algum envolvimento no caso.
3 Comentários:
Eu sempre preferi dar esmola pro pinguço sincero...
Hahahahahahahaha!!!!
Isso acontece todo dia aqui em São Paulo. Já até decorei uns textos. Da próxima vez que eu quiser ir pra Bahia, já sei o que fazer.
Grande Clarindo. Grande!!!!!!
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