O Silva.
Silva, 62 anos de idade e trinta de repartição pública. Já faziam dois anos que poderia se aposentar. Preferiu continuar, tinha uma última carta na manga.
Dedicara sua vida à burocracia. Realizava um trabalho medíocre, mas o que ali na repartição não era?
Ao dormir, sempre martelava consigo, que tinha trinta anos de serviço público e muitos nem sabiam seu nome, era um verdadeiro fantasma. Não sabia contar piada como o Souza, não traía a mulher como o Pereira, não era líder de greve e nem emprestava dinheiro como o Seara.
Tinha uma última carta na manga, iria se aposentar em grande estilo. Recrutou dois funcionários para seu plano, pagaria metade do seu salário para eles, por isso cortou substancialmente os gastos de casa, entretanto valeria à pena.
Na segunda-feira começaram. Espalhavam aos quatro cantos da repartição que o Silva tinha um segredo que iria mudar aquilo ali para sempre e que à qualquer momento poderia revelar. Davam ao boato o tom de dramaticidade:
- Rapaz, é coisa quente! Só posso lhe adiantar que homem não tá para brincadeira não.
Silva, agora, era respeitado. Ao chegar, todos lhe davam bom dia, até o chefe, o Santos, já cogitava lhe oferecer um cargo de confiança.
Foi assim até completar 65 anos de idade, fazia terrorismo diariamente. Todos imaginavam que o famoso segredo era sobre si, ficavam encabulados com os olhares de Silva.
No dia de sua despedida, até festa surpresa fizeram, foi eleito o mais querido dos últimos tempos. Foi embora de alma lavada. Enquanto isso a repartição cantava enquanto despediam-se do querido Silva:
- O Silva é um bom companheiro!
- O Silva é um bom companheiroooooo!
Dedicara sua vida à burocracia. Realizava um trabalho medíocre, mas o que ali na repartição não era?
Ao dormir, sempre martelava consigo, que tinha trinta anos de serviço público e muitos nem sabiam seu nome, era um verdadeiro fantasma. Não sabia contar piada como o Souza, não traía a mulher como o Pereira, não era líder de greve e nem emprestava dinheiro como o Seara.
Tinha uma última carta na manga, iria se aposentar em grande estilo. Recrutou dois funcionários para seu plano, pagaria metade do seu salário para eles, por isso cortou substancialmente os gastos de casa, entretanto valeria à pena.
Na segunda-feira começaram. Espalhavam aos quatro cantos da repartição que o Silva tinha um segredo que iria mudar aquilo ali para sempre e que à qualquer momento poderia revelar. Davam ao boato o tom de dramaticidade:
- Rapaz, é coisa quente! Só posso lhe adiantar que homem não tá para brincadeira não.
Silva, agora, era respeitado. Ao chegar, todos lhe davam bom dia, até o chefe, o Santos, já cogitava lhe oferecer um cargo de confiança.
Foi assim até completar 65 anos de idade, fazia terrorismo diariamente. Todos imaginavam que o famoso segredo era sobre si, ficavam encabulados com os olhares de Silva.
No dia de sua despedida, até festa surpresa fizeram, foi eleito o mais querido dos últimos tempos. Foi embora de alma lavada. Enquanto isso a repartição cantava enquanto despediam-se do querido Silva:
- O Silva é um bom companheiro!
- O Silva é um bom companheiroooooo!
- Ninguém pode negar!
- Ninguém pode negaaaaaaar!
5 Comentários:
hahahaha gostei
Hehehehhehehehhehe...
Legal mesmo!
que pena que ele soh usou o terrorismo por 3 anos...
boa cronica ein argolo?tah fazeno oq no curso de direito minino..vai ser cronista,tem advogado demais no mundo..rs
muito boa a história. me lembrou uma outra, não lembro de quem agora, dum outro cara q inventou q sabia um segredo (aliás, vários). mas diferente do silva, foi assassinado. pq saiba demais.
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