A Globo e o seu ardil.

Quem assiste aos programas globais e tem um mínimo de juízo, já percebeu a ardilosa tentativa da emissora em emplacar o ritmo “musical” funk.
Na novela “América”, a autora cria diálogos e situações onde as atrizes e seus personagens(Lurdinha, Rose e Raíssa) vão ao baile funk nas favelas cariocas, compram discos de “Tati quebra-barraco”, conversam sobre o estilo de música ou escutam em casa as tais músicas.
Não obstante a isso, o famigerado Faustão em seu programa recebe Dj Malboro(precursor do funk no Brasil), Mariana Ximenes e Mc Maluco e lá, eles tentam argumentar porque eu devo aderir a “massa funqueira”. Dizem ser puro preconceito das elites dominadoras, dizem que é exclusão por causa da origem deste distinto estilo, dizem também que o samba de Noel e Cartola também já sofreram esta espécie de preconceito. Esquecem, entretanto, que samba e funk só podem ser comparados em uma coisa: a origem. Enquanto o samba e sua melodia fantástica falam da vida com sabedoria, o funk e seu pseudo-ritmo não me fala nada.
O mais engraçado, deu-se quando Faustão anunciou: “Sabe quem está ai Mariana? Ele veio, e vai fazer uma surpresa para você. Mcccccccc Malucooooo”, Mariana Ximenes parecia não saber de quem se tratava.
Agora o Fantástico criou um quadro em que Regina Casé mostra os sucessos populares, dentre eles, o funk. Coisas do tipo: “Dako é bom, dako é bom...”
Tati fala em suas letras “É som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado...”. Julgam ser este o melhor dos seus argumentos. Creio que juntamente com o movimento social, político e artístico do arrocha, o funk não é música, é apenas mais um dos efeitos colaterais desta ordem, mas passa...