E agora?
Dentre os inúmeros defeitos do brasileiro, está a capacidade de sempre ficar do lado errado. Ou, ao menos, de escolher um lado quando deveria ficar neutro.
Passado o susto inicial do atentado às Torres Gêmeas (na época: "será que vão mandar avião no Cristo Redentor também?"), não faltaram do lado de cá desculpas para o hediondo feito. Afinal de contas, tudo não passou de retaliação aos poderosos donos do mundo, opressores das nações soberanas, os Estados Unidos da América. Não houve uma manifestação pública de repúdio ao ato terrorista no Brasil. Nem contra os atentados na Espanha. Sobraram, no entanto, passeatas e apoio ao bravo líder iraquiano, Saddam Hussein, transformado por nós em herói. Tudo bem que não estávamos sós nessa empreitada e todo o planeta Terra partilhava do mesmo sentimento, mas isso não atenua nossa burrice.
Há poucos dias, um dos 42397123 movimentos-libertadores-sunitas-xiitas-muçulmanos-do-Sudoeste-do-
Iraque-setentrional sequestrou um engenheiro brasileiro. O sujeito trabalhava numa obra de reconstrução do país. Mas até onde nos constava, o ódio iraquiano se restringia aos invasores do país. Nós éramos seus aliados! Estávamos entrincheirados do mesmo lado! Como pode ser?
Só há duas possibilidades: ou nós também somos ricos opressores dos povos ou eles nos odeiam também. Adoraria poder acreditar na primeira opção, mas a simples observação dos fatos obriga-me a seguir com a segunda. A revolta desses grupos não é contra brasileiros ou americanos ou sul-africanos. É contra um modo de vida: o Ocidental. O nosso. Ou alguém realmente acredita que Osama Bin Laden é um pobre coitado superador de grandes dificuldades e porta-voz do povo árabe?
O modismo anti-americano conseguiu diminuir até mesmo um saudável hábito nacional: o ódio aos argentinos. Os vizinhos viraram aliados no combate à águia do mal. Todos do mesmo lado. Tudo bem eles nos considerarem o seu personal USA, boicotarem nossos sapatos e queimarem nossa bandeira. Isso passa, é fruto do desespero da crise. Argentina X Inglaterra na Copa? Dá-lhe Verón!
Também essa semana, o maior argentino de todos os tempos, Diego Armando Maradona, revelou, com toda a empáfia e cinismo peculiar a seu povo, o crime praticado por sua seleção contra a nossa nas quartas-de-final do Mundial de 90. E nós, brasileiros, assistimos a tudo pasmos. Como puderam? Somos hermanos! Vamos contar tudo pra nossa mãe FIFA!
E agora?
Passado o susto inicial do atentado às Torres Gêmeas (na época: "será que vão mandar avião no Cristo Redentor também?"), não faltaram do lado de cá desculpas para o hediondo feito. Afinal de contas, tudo não passou de retaliação aos poderosos donos do mundo, opressores das nações soberanas, os Estados Unidos da América. Não houve uma manifestação pública de repúdio ao ato terrorista no Brasil. Nem contra os atentados na Espanha. Sobraram, no entanto, passeatas e apoio ao bravo líder iraquiano, Saddam Hussein, transformado por nós em herói. Tudo bem que não estávamos sós nessa empreitada e todo o planeta Terra partilhava do mesmo sentimento, mas isso não atenua nossa burrice.
Há poucos dias, um dos 42397123 movimentos-libertadores-sunitas-xiitas-muçulmanos-do-Sudoeste-do-
Iraque-setentrional sequestrou um engenheiro brasileiro. O sujeito trabalhava numa obra de reconstrução do país. Mas até onde nos constava, o ódio iraquiano se restringia aos invasores do país. Nós éramos seus aliados! Estávamos entrincheirados do mesmo lado! Como pode ser?
Só há duas possibilidades: ou nós também somos ricos opressores dos povos ou eles nos odeiam também. Adoraria poder acreditar na primeira opção, mas a simples observação dos fatos obriga-me a seguir com a segunda. A revolta desses grupos não é contra brasileiros ou americanos ou sul-africanos. É contra um modo de vida: o Ocidental. O nosso. Ou alguém realmente acredita que Osama Bin Laden é um pobre coitado superador de grandes dificuldades e porta-voz do povo árabe?
O modismo anti-americano conseguiu diminuir até mesmo um saudável hábito nacional: o ódio aos argentinos. Os vizinhos viraram aliados no combate à águia do mal. Todos do mesmo lado. Tudo bem eles nos considerarem o seu personal USA, boicotarem nossos sapatos e queimarem nossa bandeira. Isso passa, é fruto do desespero da crise. Argentina X Inglaterra na Copa? Dá-lhe Verón!
Também essa semana, o maior argentino de todos os tempos, Diego Armando Maradona, revelou, com toda a empáfia e cinismo peculiar a seu povo, o crime praticado por sua seleção contra a nossa nas quartas-de-final do Mundial de 90. E nós, brasileiros, assistimos a tudo pasmos. Como puderam? Somos hermanos! Vamos contar tudo pra nossa mãe FIFA!
E agora?
5 Comentários:
A queda das torres gêmeas foi, sem sombra de dúvidas, um dos acontecimentos mundiais que mais me deixaram feliz. Ressalte-se que não pelas vidas perdidas, mas sim por ser no grandioso Estados Unidos da América. Logo eles, os intocáveis, estavam experimentando em solo nacional o que fizeram durante toda sua história em solo estrangeiro. E pior! As suspeitas recaíram sobre Osamão, cria própria das forças militares norte-americanas. Seria trágico, se não fosse cômico.
Se o problema deles é com o modo de vida ocidental, porque atacar logo a maior potência bélica do mundo? Sendo o caso, achava melhor atacar outro país cujo modo de vida seja ocidental e não tenha tanto poder.
Quanto ao brasileiro sequestrado.Se ele estava trabalhando na reconstrução do país. E daí? Milhares de iraquianos que estavam construindo suas vidas e morreram, ninguém falou patavinas. Se existe algum culpado por esse brasileiro ter sido pego, só pode ser quem criou esse inferno lá. É verdade que lá já era um inferno, mas era o pandemônio deles e não nosso.
Em relaçao ao ódio aos argentinos. É um sadio hábito brasileiro, é preciso cultivá-lo e pode perfeitamente conviver com outros tipos de ódios. Seria ideal que fosse Maradona a pilotar um dos aviões. Dois coelhos com uma cajadada só.
Robão, também acho a invasão americana ao Iraque um despropósito, até porque foi a pior coisa em que eles se meteram, politicamente falando. Um tiro no próprio pé.
Mas o que eu tinha escrito era sobre a idiotice que é um certo número considerável de brasileiros insignificantes (desculpa o pleonasmo) se achar do mesmo lado da batalha que os iraquianos, sacou? Vc disse que não viu isso, mas o que não faltou aqui na Universidade foi grupo estudantil reverenciando Saddam como um ídolo, um herói da resistência. E sofrendo junto dos pobres árabes. Aí tomam uma dessa na cabeça e ficam sem entender.
Quanto ao ataque, acho que foi contra todos nós, sim! A questão é simbólica. Se eu sou um terrorista anti-futebol, vou mandar bomba no Maracanã, não no Estádio Nacional do Chile. Se eu sou um terrorista anti-Ocidente, jogo bombas em Nova York, não em Berlim.
Abração!!!
Mas eu acho que eles não tomaram nada na cabeça porque aquele brasileiro foi sequestrado.
Quando você fala: - E agora?
Eu respondo :- Agora nada, fica do jeito que está.
Eu acho que os brasileiros insignificantes não devem mudar seu posicionamento por causa da besteira de um sequestro entre tantos outros. É tão insignificante o acontecimento para o mundo que não se deveria chegar a este tipo de questionamento do "e agora?"
Ah! Em relação a que o ataque foi contra nós. Em nenhum momento me senti atingido, apesar de usar calça de Jeans, beber uma barbaridade de Coca Cola, gostar muito do Big Mac, enfim viver ocidentalmente falando. Pois para mim eles atacaram os EUA e eu não moro lá.
As oportunidades foram dadas, os Estados Unidos da América souberam aproveitar melhor, mas é preciso arcar com as consequências. É o tipíco modo de pensar ocidental e eu sou um deles.
Um grande abraço.
O acontecimento é insignificante para o mundo, claro. Mas não deveria ser para os que acham sermos o povo mais injustiçado do mundo, e, por isso, se posicionam sempre do lado dos mais fracos. É pra eles que eu dirigi meus comentários.
Eu me senti atingido, sim, pelo ataque às Torres Gêmeas. Devo dizer, inclusive, que fiquei muito triste na época, de verdade. Mas isso é uma coisa pessoal, com certeza. Cada um na sua... Abração!!!
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