Idealismo e Realidade versus Cristianismo: Incoerência ou Crueldade?
O embate entre o real e o ideal não é coisa nova. A noção do que vem a ser ideal requer, a priori, o conhecimento e a vivência da realidade. O ponto crucial dessa querela vem à tona quando se tem o “real” representando o mal, e, por sua vez, o “ideal” a personificação do bem.
É fato a influência do cristianismo sob o mundo ocidental, não só a influência, mas as bases mais sólidas que ergueram a civilização e o modo de pensar, agir e sentir do ocidente estão respaldados na doutrina cristã. Hulmidade, perdão, fraternidade, amor ao próximo, caridade, honestidade são conceitos arduamente ensinados nas escolas, igrejas, enfim toda instituição que se destine ao controle social.
A percepção de que esses conceitos, embora massificados, não se apresentam como realidade é de fácil constatação, logo os mais apressados concluem que o núcleo social ideal seria aquele onde estes pilares fossem plenamente consagrados. Notem a relação intrínseca entre realidade, idealismo e cristianismo.
Mas como é possível entender uma sociedade de cristãos que vai todo domingo à missa ou ao culto, brada aos quatro ventos os desígnios do senhor e recrimina as diferenças, ser tão cruel. Operando um corte, temos certeza que a tortura ainda não findou no Brasil, aliás muitas vezes ela é praticada as nossas vistas, somos um país de torturadores e todos fingem que nada sabem. Os conceitos de perdão e fraternidade são esquecidos corriqueiramente, embora o dedo indicador diariamente se levante e cumpra sua função.
Asseveram muitos. “A natureza do homem é ser incoerente”. Eu me apodero do conceito de honestidade para complementar que a partir do momento que se toma consciência da atitude incoerente, permanecer é ser desonesto e mau caráter. A fuga das responsabilidades que se assumem ao tornar-se cristão não encontra respaldo no escudo argumentativo da incoerência.
Nessa dialética da complementaridade entre o real e ideal o homem vai encontrando justificativas para cometer suas atrocidades, vai se fazendo de surdo e desentendido.
Então sob a égide do cristianismo foi construída essa conclusão; a realidade, um lugar ruim, o ideal um topos bom.
Sinceramente, eu não tenho certeza do que é certo ou errado, ideal ou real, acredito ser impossível encontrar tais respostas. Ma já que estamos aqui vivamos em paz com o sádico Deus e esperemos para queimar nas profundezas do inferno.
É fato a influência do cristianismo sob o mundo ocidental, não só a influência, mas as bases mais sólidas que ergueram a civilização e o modo de pensar, agir e sentir do ocidente estão respaldados na doutrina cristã. Hulmidade, perdão, fraternidade, amor ao próximo, caridade, honestidade são conceitos arduamente ensinados nas escolas, igrejas, enfim toda instituição que se destine ao controle social.
A percepção de que esses conceitos, embora massificados, não se apresentam como realidade é de fácil constatação, logo os mais apressados concluem que o núcleo social ideal seria aquele onde estes pilares fossem plenamente consagrados. Notem a relação intrínseca entre realidade, idealismo e cristianismo.
Mas como é possível entender uma sociedade de cristãos que vai todo domingo à missa ou ao culto, brada aos quatro ventos os desígnios do senhor e recrimina as diferenças, ser tão cruel. Operando um corte, temos certeza que a tortura ainda não findou no Brasil, aliás muitas vezes ela é praticada as nossas vistas, somos um país de torturadores e todos fingem que nada sabem. Os conceitos de perdão e fraternidade são esquecidos corriqueiramente, embora o dedo indicador diariamente se levante e cumpra sua função.
Asseveram muitos. “A natureza do homem é ser incoerente”. Eu me apodero do conceito de honestidade para complementar que a partir do momento que se toma consciência da atitude incoerente, permanecer é ser desonesto e mau caráter. A fuga das responsabilidades que se assumem ao tornar-se cristão não encontra respaldo no escudo argumentativo da incoerência.
Nessa dialética da complementaridade entre o real e ideal o homem vai encontrando justificativas para cometer suas atrocidades, vai se fazendo de surdo e desentendido.
Então sob a égide do cristianismo foi construída essa conclusão; a realidade, um lugar ruim, o ideal um topos bom.
Sinceramente, eu não tenho certeza do que é certo ou errado, ideal ou real, acredito ser impossível encontrar tais respostas. Ma já que estamos aqui vivamos em paz com o sádico Deus e esperemos para queimar nas profundezas do inferno.
9 Comentários:
Eu andei pensando sobre essa questão da incoerência, também, Robão. Acho que a natureza incoerente do homem diz respeito à transitoriedade do seu caráter. Uma hora se é um, outra se é outro. Mas enquanto se está um ou outro, é razoável que se tente ser realmente aquilo. Talvez seja a diferença entre incoerência e contradição.
A primeira é tão natural quanto andar pra frente e a segunda torna o homem menor e leva às barbaridades que vc citou. Aquela história de "seja vc mesmo, mas não seja sempre o mesmo". Lógico que isso é essencialmente um problema de utilização diferente de um mesmo termo, mas desconfio que essa distinção é importante. Porque, ao se confundir um com outro, justifica-se qualquer coisa que se queira. O que não é nada bom.
É muito cômodo acreditar na existência de um mundo ideal, onde todas essas tão proclamadas e almejadas palavras estejam realmente vigentes e não apenas citadas nos textos ou nos discursos idealistas, visto que, enquanto não se concretiza a existência do mesmo, fica justificada a prática de atos completamente contraditórios ou incoerentes( não sei qual seria a palavra certa)com a doutrina cristã seguida pelo homem.
Afinal de contas a idéia que permeia 99,9% das mentes dos cristãos,para que não digam que eu estou sendo injusta, é a seguinte: "se existem pessoas dormindo na rua e outras em total fartura, a culpa é do governo ou então do destino da pessoa, aqui se faz, aqui se paga, eu não tenho nada a ver com isso, estou cumprindo com as minhas obrigações."
O que intento dizer com isso é que para o homem é sempre necessário que se criem muralhas , as quais impeçam que o seu dorso seja atingido e que possibilite sempre passar a bola adiante.
E tendo a possibilidade de conviver com os dois lados da moeda(cristão e ateu), posso constatar que realmente este último apresenta-se muito mais coerente em suas idéias, já que este não pode se apegar em nada mais do que em si mesmo.
Por isso meu caro amigo Robson, apesar de saber que a sua intenção não é essa, pois sei que sabe respeitar as diferenças alheias, já estou quase passando para o seu lado, pois a cada dia me decepciono ainda mais com esse mundo cristão e o pior de tudo é que sei que eu estou dentro dele, mas nunca é tarde para mudar.
Valeu pela reflexão, muito bom o seu texto.
Vanessa
VanVanJur, me parece que esse tipo de reação à desilusão é muito cômodo e acredito que não leve a grandes realizações. É muito fácil moldar as suas crenças para lidar com um mundo ruim ao invés de tentar melhorar o mundo para se moldar às suas crenças. E, como sei que vc é uma das poucas pessoas que, pela simples existência, contribui para isso, acho que esse tipo de pensamento não combina muito bem com vc...
Dudú, esta é a primeira vez que estou tendo a opção de escolher um caminho a respeito da minha crença. Em nenhum momento me deram a oportunidade de escolher entre ser ou não ser cristão, talvez esta seja até a explicação ou o motivo dessas incoerências ou contradições existente entre as idéias e a prática dos que se dizem cristãos.
Em segundo lugar,o homem é fruto de suas experiências, por isso, quando disse que estaria passando para o outro lado, não utilizei essa opção como meio de fuga, mas sim para tentar diminuir essa dissimulação presente nas menores acontecimentos vistos no cotidiano.
Ao contrário do que você pensa, não acho nada cômodo tomar uma atitude dessa, inclusive, é por esse motivo que ainda não conseguir me decidir, pra mim, com esse seu pensamento é muito mais difícil tentar melhorar o mundo, já que, há sempre uma desculpa a se arranjar. É a velha história-"eu sou brasileiro e não desisto nunca".
Do seu jeito, há sempre a vontade de mudar, mas nada é feito. Não está havendo nem se quer a possibilidade de se concretizar alguma coisa, às vezes é preciso ser um pouco radical, não adianta ficar de braços cruzados para o mundo ao redor e ficar fazendo apenas a sua parte.
Ressalto mais uma vez, não estou dizendo que eu já seja o oposto de tudo isso, estou inclusa nesse paradigma, quero apenas achar um outro meio de mudança.
Não acho que do seu jeito, aceitando as incoerências, que para você não passa de transitoriedades de caráter, se chegue a grande realizações. Pensando desta maneira, estaria apenas dando um conforto a minha mente e permitindo que as coisas continuem como estão, acho que este é um primeiro passo para mudança, pois já estou reconhecendo que há uma contradição em mim.
Por fim, não sei ainda se essa é a melhor maneira de se mudar o mundo, o que sei é que do jeito que está, não está bom e, é através de mudanças bem pensadas e refletidas que se chega a algum lugar. Isso não é apenas mudar por mudar.
Um beijo!
Vanessa
Ah, deixa isso pra lá... Não tenho vontade nenhuma de mudar o mundo em que vivo. Gosto muito dele! Beijão, Van!!!
Eu posso até achar a minha vida razoável, daí querer que o mundo fique do jeito que está é demais.
Abraço
Robson.
Não é que eu ache só o MEU mundo bom. Eu acho O mundo um bom lugar pra se viver. Querer acabar com todo o sofrimento dele, não só é utópico como muito chato. Lógico que quero as coisas melhorem, principalmente no campo das oportunidades. Mas acredito que isso não é uma mudaaaaança. Acho a palavra muito forte, mais relacionada com as revoluções, coisa que acho que não precisamos, simplesmente porque não funcionam. Pelo menos nunca funcionaram. Precisamos, sim, de continuar com o processo de melhoria contínua e gradual, o que acho que tem acontecido no geral, a despeito de alguns retrocessos.
Abração!!!!
Sinceramente acho que você não está entendendo.
Revoluções sempre surtiram algum efeito, mesmo que não seja o desejado, creio que desse modo elas sempre funcionaram, pois alguma parte mostra-se insatifeita com as atuais condições.
Acho que você tem um preconceito sobre a palavra revolução. Revolução e socialismo são coisas distintas e é muito importante essa diferença.
abraço
Robson
“[...]. Porque não há coisa alguma escondida, que não venha a ser manifesta: nem coisa alguma feita em oculto, que não venha a ser pública”. (Marcos 4: 38-21)
http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/paguei-pra-ver
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