Breves palavras sobre a seleção brasileira
Antes de mais nada, que fique bem claro que eu não gosto da seleção brasileira. Torço contra sempre que o jogo não é contra a Argentina. Para mim, a aura de invencibilidade que se cria Copa após Copa em torno deste time contradiz o próprio espírito de impresivibilidade que torna o futebol a coisa mais importante da vida. A cada grito de "esse é o futebol brasileiro", a cada risada do Ronaldinho Gaúcho depois de um chute pra fora, a cada exaltação do há muito finado futebol de Ronaldo, a cada comentário desdenhoso sobre outros estilos de jogo, cresce minha antipatia. Me indigna a aclamação da "hegemonia brasileira em Copas", tendo em vista que outras duas seleções têm apenas dois títulos a menos. Ainda não li Gramsci, mas tenho a impressão de que ele discordaria da tese.
Posto o fato de que não sou o torcedor brasileiro típico, gostaria de tecer alguns comentários sobre esta Copa especificamente.
Não há dúvidas de que a seleção brasileira é a que tem a maior quantidade de craques entre todas as que disputarão a competição. É, sim, a favorita ao título. É, sim, um dos melhores times brasileiros já montados. No entanto, há alguns motivos para preocupação.
O maior deles diz respeito ao momento de boa parte dos principais jogadores.
Dida, grande goleiro, sem dúvidas, não atravessa bom momento no Milan.
Adriano, que poderia ser o nome da Copa, passa por inferno astral. Há um bom tempo não joga bem na Inter e tem feito pouquíssimos gols ultimamente.
Ronaldo joga três meses sim, três meses não. Quando joga, faz um ou outro gol, que repercutem mais na imprensa que o furacão Katrina. Entretanto, é um jogador que costuma crescer muito com a camisa amarela.
Cafu volta de contusão séria. Roberto Carlos já deveria ter se aposentado. É bom não contar com a dupla de laterais pra nada.
Por outro lado, Ronaldinho Gaucho vem encantando, merecidamente, multidões ao redor do globo. Infelizmente, no entanto, nunca jogou muita bola na seleção, até porque não atua exatamente na mesma posição que no Barcelona.
O mesmo acontece com Emerson, reduzido, no time de Parreira, a mero volante fazedor de faltas.
Conclusão: o cara é Kaká. Craque no Milan e na seleção e sempre regular, ele é o jogador que deverá comandar o time. E, tem, sim cacife para isso.
Outro ponto negativo, ao contrário, na minha opinião, do que se pensa, é a suposta alegria com que o time joga. Ronaldinho Gaucho, Roberto Carlos, Adriano, Robinho e Cafu jogam rindo o tempo inteiro. Até Parreira estava sorridente no amistoso contra a Nova Zelândia. Se eu fosse o Lúcio, já tinha dado um sopapo na orelha de cada um. Futebol é coisa séria e, se o Brasil não levar essa Copa, isso será cobrado deles. Vi hoje o jogo da Holanda contra a Austrália e achei que em algum momento os corpos diplomáticos dos dois países interviriam pedindo a paralisação da partida, de tão disputadas estavam as jogadas.
A defesa também não é de confiança. Juan é um bom zagueiro e nada mais. Lúcio é muito bom zagueiro, mas tem uma dúzia de parafusos a menos na cabeça. Dida não está na melhor fase de sua carreira. Claro que o ataque é melhor, em módulo, do que a defesa é ruim, mas uma falha contra uma Itália ou República Tcheca pode significar o fim do sonho do hexa já nas oitavas de final.
Esta seleção tem tanta chance de sagrar-se campeã como de se tornar o novo "mito de 82". Obviamente, já se criou a desculpa de que um novo título do Brasil não interessaria a ninguém e a sensação de que jogaremos contra tudo e contra todos. Isso não me espanta em nada, levando em consideração que estamos em um país em que se faz CPI para descobrir-se porque não marcaram o Zidane no lance do segundo gol da França. Não podemos perder pra ninguém. A Copa do Mundo é nossa. Com a arrogância brasileira, eu não posso.
Posto o fato de que não sou o torcedor brasileiro típico, gostaria de tecer alguns comentários sobre esta Copa especificamente.
Não há dúvidas de que a seleção brasileira é a que tem a maior quantidade de craques entre todas as que disputarão a competição. É, sim, a favorita ao título. É, sim, um dos melhores times brasileiros já montados. No entanto, há alguns motivos para preocupação.
O maior deles diz respeito ao momento de boa parte dos principais jogadores.
Dida, grande goleiro, sem dúvidas, não atravessa bom momento no Milan.
Adriano, que poderia ser o nome da Copa, passa por inferno astral. Há um bom tempo não joga bem na Inter e tem feito pouquíssimos gols ultimamente.
Ronaldo joga três meses sim, três meses não. Quando joga, faz um ou outro gol, que repercutem mais na imprensa que o furacão Katrina. Entretanto, é um jogador que costuma crescer muito com a camisa amarela.
Cafu volta de contusão séria. Roberto Carlos já deveria ter se aposentado. É bom não contar com a dupla de laterais pra nada.
Por outro lado, Ronaldinho Gaucho vem encantando, merecidamente, multidões ao redor do globo. Infelizmente, no entanto, nunca jogou muita bola na seleção, até porque não atua exatamente na mesma posição que no Barcelona.
O mesmo acontece com Emerson, reduzido, no time de Parreira, a mero volante fazedor de faltas.
Conclusão: o cara é Kaká. Craque no Milan e na seleção e sempre regular, ele é o jogador que deverá comandar o time. E, tem, sim cacife para isso.
Outro ponto negativo, ao contrário, na minha opinião, do que se pensa, é a suposta alegria com que o time joga. Ronaldinho Gaucho, Roberto Carlos, Adriano, Robinho e Cafu jogam rindo o tempo inteiro. Até Parreira estava sorridente no amistoso contra a Nova Zelândia. Se eu fosse o Lúcio, já tinha dado um sopapo na orelha de cada um. Futebol é coisa séria e, se o Brasil não levar essa Copa, isso será cobrado deles. Vi hoje o jogo da Holanda contra a Austrália e achei que em algum momento os corpos diplomáticos dos dois países interviriam pedindo a paralisação da partida, de tão disputadas estavam as jogadas.
A defesa também não é de confiança. Juan é um bom zagueiro e nada mais. Lúcio é muito bom zagueiro, mas tem uma dúzia de parafusos a menos na cabeça. Dida não está na melhor fase de sua carreira. Claro que o ataque é melhor, em módulo, do que a defesa é ruim, mas uma falha contra uma Itália ou República Tcheca pode significar o fim do sonho do hexa já nas oitavas de final.
Esta seleção tem tanta chance de sagrar-se campeã como de se tornar o novo "mito de 82". Obviamente, já se criou a desculpa de que um novo título do Brasil não interessaria a ninguém e a sensação de que jogaremos contra tudo e contra todos. Isso não me espanta em nada, levando em consideração que estamos em um país em que se faz CPI para descobrir-se porque não marcaram o Zidane no lance do segundo gol da França. Não podemos perder pra ninguém. A Copa do Mundo é nossa. Com a arrogância brasileira, eu não posso.
4 Comentários:
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