Os 7 Mitos do Futebol: O Mito das Famílias nos Estádios
Em minhas andanças pelo mundo, tenho escutado e lido incontáveis besteiras. No que tange ao jogo do futebol, porém, tais sandices se multiplicam, propagadas por pessoas sem o completo entendimento da matéria. Nesta série de artigos inéditos, desmistificarei, de forma sucinta, os 7 Grandes Mitos do Futebol. Espero, com tal empreitada, empreendida do alto de mais de duas décadas de dedicação aos estudos e à vivência do esporte, levar mais conhecimento aos leigos no assunto, tornando-me reconhecido como uma das maiores referências no tema.
Mito Número 2: O Mito das Famílias nos Estádios
Adentro a arquibancada em dia de clássico. A primeira visão, a do outro lado, mostra o meu contrário. Em forma de massa, encarna-se tudo o que não quero ser. São nazistas, estupradores, pederastas, ladrões, assassinos e estão errados. Estão errados porque não percebem que estão errados. E por estarem tão errados merecem morrer. Não há outro sentimento que perpasse a mente do torcedor neste momento que não o do mais puro, irracional e bom ódio. Ódio. Ódio. De querer matar. Durante quase duas horas, quase sempre a agonia e o sentimento de impotência aliado à contraditória sensação de participação. E dá-lhe irracionalidade! Ao final, um dos lados gozará de momentos prolongados de superioridade e completude. Ao outro restará o mesmo ódio, ódio, ódio, de querer matar.
É neste ambiente, aparentemente infrutífero, que floresce um dos mais fortes sentimentos que o homem carregará em sua vida. Durante a maioria de seus dias, este mesmo homem será forçado a tomar decisões baseado nas leis da lógica e seguindo os princípios de causalidade que regulam, quase sempre, o universo. Porém, durante aquelas duas horas e poucos minutos, o que o governará será o inexplicável, o óbvio (por primal), o sensível apenas. Como uma válvula de escape, como um ópio mesmo, como sua única possibilidade de exercício da raiva de forma saudável, o homem precisa daqueles momentos.
Agora, para algo completamente diferente! Por ignorância, por inocência, para vender mais cachorro-quente ou porque, afinal de contas, fica mais bonito na televisão, enormes setores da sociedade querem acabar com toda a magia negra dos grandes confrontos futebolísticos. Eles querem as famílias nos estádios.
Obviamente, não se imagina que as famílias dos estádios cantarão juntas, a plenos pulmões, a forma como esperam acabar com a vida dos oponentes após o jogo ou o que desejam enfiar no orifício anal de seus rivais. Não. As famílias dos estádios sentar-se-ão em suas cadeiras, lado a lado, tomarão seus refrigerantes (o papai a cervejinha, que ninguém é de ferro), agitarão suas bandeirolas e falarão no celular enquanto seu time sofre um gol (que droguinha!). E acenarão para a câmera, já ia me esquecendo.
Já existem inúmeros lugares onde um pai pode se divertir com seus filhos e sua mulher: o parque, o circo ou mesmo as contendas de vôlei da seleção (em cima, embaixo, puxa e vai) cumprem essa função perfeitamente. Nem tudo na vida deve ser limpo, ascético, fofo e pronto para ser filmado com um sorvete na mão e um sorriso inocente na cara. Assim como os filmes, eventos sociais também têm classificações indicativas. A do futebol equivale à de um XXX.
Futebol é guerra. Essa é uma verdade. Não deveria ser uma guerra levada ao extremo da violência física, mas ainda assim uma guerra. Os sentimentos primitivos de paixão, fanatismo e dever que o movem são os mesmos que levam pessoas a se matar em nome de um bem maior. Acabar com isto é comer o futebol pelas beiradas, como cupim. É um passo importante na pasteurização do esporte bretão em indústria palatável a todos, rumo à sua completa descaracterização.
A violência (psicológica, que seja) é um fator fundamental deste que é um lado fundamental da vida. Como diria o grande Chico Science, é assim que tem que ser e é assim que é.
Mito Número 2: O Mito das Famílias nos Estádios
Adentro a arquibancada em dia de clássico. A primeira visão, a do outro lado, mostra o meu contrário. Em forma de massa, encarna-se tudo o que não quero ser. São nazistas, estupradores, pederastas, ladrões, assassinos e estão errados. Estão errados porque não percebem que estão errados. E por estarem tão errados merecem morrer. Não há outro sentimento que perpasse a mente do torcedor neste momento que não o do mais puro, irracional e bom ódio. Ódio. Ódio. De querer matar. Durante quase duas horas, quase sempre a agonia e o sentimento de impotência aliado à contraditória sensação de participação. E dá-lhe irracionalidade! Ao final, um dos lados gozará de momentos prolongados de superioridade e completude. Ao outro restará o mesmo ódio, ódio, ódio, de querer matar.
É neste ambiente, aparentemente infrutífero, que floresce um dos mais fortes sentimentos que o homem carregará em sua vida. Durante a maioria de seus dias, este mesmo homem será forçado a tomar decisões baseado nas leis da lógica e seguindo os princípios de causalidade que regulam, quase sempre, o universo. Porém, durante aquelas duas horas e poucos minutos, o que o governará será o inexplicável, o óbvio (por primal), o sensível apenas. Como uma válvula de escape, como um ópio mesmo, como sua única possibilidade de exercício da raiva de forma saudável, o homem precisa daqueles momentos.
Agora, para algo completamente diferente! Por ignorância, por inocência, para vender mais cachorro-quente ou porque, afinal de contas, fica mais bonito na televisão, enormes setores da sociedade querem acabar com toda a magia negra dos grandes confrontos futebolísticos. Eles querem as famílias nos estádios.
Obviamente, não se imagina que as famílias dos estádios cantarão juntas, a plenos pulmões, a forma como esperam acabar com a vida dos oponentes após o jogo ou o que desejam enfiar no orifício anal de seus rivais. Não. As famílias dos estádios sentar-se-ão em suas cadeiras, lado a lado, tomarão seus refrigerantes (o papai a cervejinha, que ninguém é de ferro), agitarão suas bandeirolas e falarão no celular enquanto seu time sofre um gol (que droguinha!). E acenarão para a câmera, já ia me esquecendo.
Já existem inúmeros lugares onde um pai pode se divertir com seus filhos e sua mulher: o parque, o circo ou mesmo as contendas de vôlei da seleção (em cima, embaixo, puxa e vai) cumprem essa função perfeitamente. Nem tudo na vida deve ser limpo, ascético, fofo e pronto para ser filmado com um sorvete na mão e um sorriso inocente na cara. Assim como os filmes, eventos sociais também têm classificações indicativas. A do futebol equivale à de um XXX.
Futebol é guerra. Essa é uma verdade. Não deveria ser uma guerra levada ao extremo da violência física, mas ainda assim uma guerra. Os sentimentos primitivos de paixão, fanatismo e dever que o movem são os mesmos que levam pessoas a se matar em nome de um bem maior. Acabar com isto é comer o futebol pelas beiradas, como cupim. É um passo importante na pasteurização do esporte bretão em indústria palatável a todos, rumo à sua completa descaracterização.
A violência (psicológica, que seja) é um fator fundamental deste que é um lado fundamental da vida. Como diria o grande Chico Science, é assim que tem que ser e é assim que é.
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